Tratamento da informação. Pesquisa, selecionar e organizar informação, esquematizar a informação.

Definir um tema requer sermos objetivos e focados numa particularidade...

1. Pesquisa e recolha de informação. Processos de operacionalização:
1-Leitura para recolha de informação e estudo;
2- Seleção de textos de consulta; 
3- Métodos de consulta; 
4- Seleção de informação. 
Utilizar materiais de consulta e de estudo organizados alfabética e tematicamente: 
-WWWeb (motores de busca);
- dicionários e gramáticas;
- enciclopédias; - catálogos de bibliotecas; - manuais de outras disciplinas; - jornais e revistas;
- Videos, fotos,  pinturas, ...
Experimentar várias estratégias de leitura para obter informação: 
- atenção ao índice, ler títulos e sub-títulos;
- ler o «subjet» de um trabalho, ler a introdução de um texto para apreender a ideia geral; 
- ler seletivamente para obter uma dada informação; 
5- Detetar, sublinhar, destacar em quadrados ou balões, ... e registar informação importante.
a) Ter em atenção títulos e subtítulos 
b) A introdução dos textos 
c) A primeira frase de cada parágrafo 
d) Palavras-chave (poderão estar a negrito ou com outro destaque).

2. Seleção e organização da informação
Organizar e classificar informação em temas e sub-temas:
- ficheiros, pastas e sub-pastas (computador);
- agrupar a informação em planos esquemáticos, ou esquemas simples
- usar uma iconografia pessoal 
- recorrer a abreviaturas mais ou menos predefinidas e/ou pessoais 
- variar cores e iconografia de relação Ex. setas, balões, chavetas, etc.

3. Elaboração de produtos finais segundo modelos predefinidos 
A partir dos planos esquemáticos elaborar:
- síntese, resumo;
- texto informativo-expositivo;
- texto de opinião;
- texto de apreciação crítica;
- texto argumentativo; 
- respostas a testes, dissertação, relatório, carta, currículo, texto publicitário ...;
- Prova de Aptidão Profissional.

Ter atenção a...

A escrita de um texto, por mais simples que seja, exige 40% de inspiração e 60% de transpiração. O método proposto baseia a construção de textos numa actividade dividida por três fases:
1. A ideia, inspiração e a estrutura.
2. Documentação a partir da pesquisa e reflexão e criação do texto
3. A revisão final

A primeira fase, a ideia e a estrutura, obriga-nos a definir o que se pretende escrever (mensagem), quem será o destinatário (leitor ou leitores) e como é apresentada essa mensagem (estrutura).
A estrutura deve servir a ideia e deve ser constituída após a escrita num papel dos principais pontos a introduzir. Com base no material obtido – ideia e frases de suporte – é possível esboçar uma primeira estrutura.
A segunda fase, documentação e criação do texto, exige uma pesquisa sobre o tema escolhido para saber quem, quando, porquê, com que argumentos, com que exemplos, com que provas, com que factos…
A terceira fase, revisão final, inclui as tarefas que os processadores de texto tão bem sabem fazer, isto é, a verificação ortográfica, a paginação, a criação de uma tabela de conteúdos, a criação de índices, a proposta de palavras alternativas … A garantia de um «fio condutor» de início ao fim, facilita a leitura do texto e torna claro o seu conteúdo, envolvendo o leitor nos argumentos e/ou trabalho realizado pelo autor. Resta acrescentar que o método descrito exige um tempo mínimo para ser realizado e desta forma é inimigo das iniciativas do tipo; «vou fazer o trabalho no dia seguinte», «vou à net e faço no último dia».

Escrever bem; alguns conselhos

Textos mal escritos normalmente não são lidos, ou não são compreendidos. Com um bocado de azar acontecem ambos os casos. :-)
Algumas regras simples.
1. Ser simples e conciso. - Consegue-se encurtar ou simplificar uma oração? - Consegue-se eliminar alguma palavra, mantendo o sentido da expressão?
2. Contextualizar. - Quem lê um texto, não tem acesso ao que estávamos a pensar. - Adicionar informação suficiente para o texto ser completo.
3. Não ser ambíguo. - Evitar expressões que possam ter vários significados. - Ser claro e exemplificar sempre que necessário.
4. Uniformizar. - Manter o mesmo estilo de escrita ao longo de um texto. - Usar o mesmo tempo verbal para descrever a mesma acção temporal. - Usar a mesma pessoa, primeira pessoa do plural.

A Arte de Bem Escrever, alguns conselhos práticos.


1. Usar frases simples e curtas.
2. Preposições não são palavras que as frases devam acabar com.
3. Evitar símbolos & abreviações, etc...
4. Observações entre parêntesis (ainda que relevantes) são desnecessárias.
5. Não usar uma palavra estrangeira, se existir um substituto em português; quid pro quo.
6. Nunca generalizar.
7. Evitar citações: «Detesto citações. Digam-me antes o que sabem» Ralph Waldo Emerson.
8. As comparações são tão más como os "clichês".
9. Não ser redundante, não usar mais palavras que o necessário, é altamente supérfluo.
10. Evitai expressões arcaicas, quiçá.
11. Nunca escrever errado, mesmo que há annos atrás fosse correcto.
12. Exagerar, é um milhão de vezes pior que omitir.
13. Frases de uma só palavra? Eliminar. Sempre!
14. Não repetir, ou dizer outra vez, aquilo que tinha sido dito antes.
15. Quem precisa de perguntas retóricas?
16. Não usar vírgulas, que, não são, necessárias.
17. Nunca separar o sujeito do predicado por uma vírgula.
18. Não usar hipérboles: apenas uma num milhão é bem conseguida.
19. Ser sempre mais ou menos específico.
20. Usar um correctore ortográfico, para evitar errus ortográficos.
21. Não te repitas, nem digas o que disseste antes.
22. Nunca não usar nenhuma dupla negativa.
23. Reler sempre cuidadosamente, para ver se não nenhuma palavra.
24. Não abusar no uso de pontos de exclamação!!!
25.Terminar as frases com verbos de ligação, não se deve.
26. Terminar sempre o que -----------------
27. Nunca usar "etc" -- causa a impressão que ficou algo por dizer, ou que não existe espaço para listar mais, etc...
28. Nunca levantar excepções às generalizações, excepto em casos particulares.
29. Não exemplificar o que é óbvio. Por exemplo, as frases simples não precisam de ser apoiadas por factos.
30. Evitar as reticências... normalmente dois pontos... ou uma vírgula... são mais apropriados...

Uma proposta para escrevermos um texto…

Escrever um texto: exemplo

Titulo: (conciso, sugestivo, apelativo)
Introdução:
- Tema; de que vamos falar (Um parágrafo)
- Assunto; o que vamos dizer acerca do tema e enunciar os aspectos que vamos desenvolver (Um parágrafo) Exemplo: 1- Ignorância 2- Alheamento 3- Arrogância
Desenvolvimento:
1º-aspecto. Apresentamos cada aspecto, ou ponto de vista do que iremos desenvolver: afirmarmos/ definimos; explicamos/ reflectimos; exemplificamos/ ilustramos;
2º-aspecto “ “ “ “ “ “;
3º-aspecto “ “ “ “ “ “ (Vários parágrafos)
Conclusão:
Fazemos uma apreciação e juízo(s) de valor sobre o que apresentámos na introdução e demonstrámos no desenvolvimento.
Literaturas comparadas
Indo ao encontro dos anseios do público, preparei para hoje um estudo sobre a obra dos três poetas mais celebrados da actualidade, a saber; David, Micael e Toni Carreira. Em primeiro lugar, é importante distinguir estes três trovadores. Toni é um cantor romântico. Micael propõe romance também, mas em ritmos latinos com especial atenção às sonoridades do caribe. David opera uma mistura única entre o Pop, a Dance Music, o Hip Hop e as grandes baladas RnB. Estou a citar o site oficial do poeta.
Eles extravasam os seus limites Toni, por exemplo, além de incurável romântico, sabe também ser um atrevido maroto, aliás é um dos aspectos mais interessantes da lírica toniniana. Esta ideia está presente, por exemplo, no poema: «Eu quero na na na». «Menina linda chega, chega cá, / eu quero na na na, eu quero na na na. / Menina linda vamos, vamos lá, / os dois para o na na na, os dois para o na na na». Repara como o peta, marotamente, substitui aquilo que se adivinha ser obsceno pela expressão «na na na». Agora, fá-lo por pudor ou porque tem dificuldade em usar a língua portuguesa, para se exprimir. É a dúvida que acrescenta mistério ao poema.
Por outro lado, David Carreira é mais moderno, introduzindo subtilmente vocábulos em inglês. David Carreira usa termos em estrangeiros, logo é moderno. Vejamos o exemplo do poema, aliás magnífico: «Esta noite». «Esta noite, oh! oh! / Esta noite tu e eu no dance floor / Esta noite tudo pode acontecer. / Esta noite põe a mão no ar, / vamos festejar in the club yeah». Repara que um poeta menos moderno limitar-se-ia a festejar, mas David vai mais longe e festeja in the club, designadamente no dance floor.
Micael destaca-se com uma idealização da mulher, sobretudo na medida em que, quando a mulher no seu ideal de pureza , consegue, ainda assim, abanar o nalguedo, a pandereta, mas é uma  pandereta idealizada. Repara no poema: «Mexe bem demais». «Ela tem corpo e alma sensual, / Ela tem tudo o que o prazer contém, / Ela tem mais feitiço que o luar, / Ela tem tudo aquilo que eu sonhei / E muito mais, calor latino e ritmo de amor / tem ritmo latino e muito mais / Tem a magia que vem ao sol pôr / E mexe bem demais». Vê como a mulher ideal de Micael Carreira tem calor latino, que é dos melhores calores que se pode ter. E não satisfeita com o fato de ter aquilo com que o poeta sonha, ainda mexe bem demais. Podia limitar-se a estar sossegada, ou a mexer relativamente bem, mas não, ela mexe bem demais. Ora bem, nisto de mexer, pergunto eu,  haverá demasiado bem? A partir de que momento é que mexer bem se torna mexer bem demais? São questões extremamente interessantes.
Assim, …  - temos de ficar por aqui - é sempre a mesma coisa… Nunca há tempo para a poesia.
                                Ricardo Araújo Pereira, Mixórdia de Temáticas, Transcrição livre (10, 04, 2012)

https://www.youtube.com/watch?v=M4oYdLAPj8U&t=60s